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Das minhas entranhas

Lá estava ela! Escondida, tímida, acanhada, podada, fragilizada e principalmente: amedrontada. Opaca e vazia, pois era assim que achava que devia ser. Que tinha que ter vergonha dos seus seios pequenos, dos seus olhos rasgados, das suas pernas de saracura. Corria do espelho pois se achava feia e inadequada, com cara de braba.
Tinha cólicas e sentia nojo do próprio sangue que saia de seu ventre.
Esperou por muito tempo seu príncipe num cavalo branco, mas ele nunca voltava. Pois então se entregou aos “bad boys”, pois na sua confusa cabeça dessa forma não iria se apaixonar. Mas se apaixonou várias vezes e se despedaçou junto com cada rejeição e abusos que sofria.
Gostava de passar a imagem de forte, livre e insensível, a louca que nunca se casaria. Que amava essa “liberdade”, mas que não passava de uma ilusão libertina. Prazeres fugazes, drogas, dissociação e escapismo que nunca preencheriam seu ser.
Vícios e comportamentos auto-destrutivos são buscas do divino na matéria. Êxtases instantâneos que intoxicam nosso ser, nos deixando depois somente: a culpa, o vazio, a ressaca e a solidão.
Não aprendi pelo amor, mas sim pela dor. Fui parar numa mesa de cirurgia para operar meu coração (tinha 22 anos na época), pois estava com uma síndrome rara que acelerava minha frequência cardíaca e piorava a cada dia. Pude rever toda minha louca vida nessas horas de cirurgia e decidi voltar a falar com Deus.
Decidi não ser a vítima da minha história, mas sim protagonista e ressignificar os nãos que recebi em minha vida.
Aceitei minha mediunidade e disse sim à minha missão de vida. E me coloquei à serviço. Não foi simples renunciar à velha vida e companhias, mas depois de muitos nãos, voltei a dizer sim para minha mulher interior.
Sim para minhas verdades, sim para o meu físico, sim para meu ciclo, sim para a sacralidade do meu corpo, sim para a vida e sim ao amor.
Voltei ao trilho depois de tantas “barbeiradas”, retornei a escutar meus guias e mentores. A psicografar, canalizar e curar pessoas. Mas a primeira cura foi a minha!
Aos 25 anos comecei a namorar com o Alessandro e continuamos até hoje (17 anos). Cada vez me torno um ser melhor ao lado dele. Acho que isso é o que chamam de amor.

Obs.: Esse texto saiu de minhas “entranhas” espero que minhas palavras tenham ajudado e não constrangido sua existência…

Namastê…

Reiki-se

Mestra Reiki Pedagoga Sistêmica Mulher Medicina

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