Não quero ser perfeita, pois se alcançar a perfeição, como continuarei a querer melhorar e evoluir?
Perfeição é considerar-se pronto, acabado; é estagnar-se atingindo um patamar finito, limitado.
Voltaire diz que toda perfeição é um defeito, e eu concordo.
Perfeição é um estado intangível e sua busca demonstra a infantilidade do ser que busca um ideal irreal. “Perfeito” para os imaturos que idealizam relações com “final feliz”. Insatisfeitos e descontentes com a realidade imperfeita. Miseráveis com a rotina cansativa e monótona do trabalho. Infelizes com um parceiro tão imperfeito que nunca se tornará um príncipe encantado. Abóboras que não se transformam em carruagem. Padrões de beleza que nunca atenderão as demandas estéticas doentias.
Como se encaixar num padrão? Como ser perfeita se a imperfeição faz parte da natureza?
A imperfeição me permite a busca, a exploração e a experimentação de provas e desafios.
Buscar o impalpável, o infinito, o transcendente e o mistério divino que está presente em mim mas que nem sempre o encontro.
Aceitar e aperfeiçoar minhas imperfeições me postam humildemente perante esse Universo pleno de sabedoria e multiplicidade.
Só assim posso estar apta e aberta para os infinitos aprendizados dessa Biblioteca Cósmica.
Que a Inteligência Divina me guie por seus mares, desertos e montanhas de amor e preencha os vazios do meu ser.
Me entrego e confio nessa eterna busca…