Naquele tempo estava ausentada de mim mesma
Possuída por instintos, afastada de intuitos.
Vazia, sem vida interior, necessitava do exterior.
Exterioridades que possuía e me deixava possuir.
Mas que nunca me saciavam e verdadeiramente me preenchiam.
Na realidade me confundiam e me tiravam do meu eixo.
Sem prumo, sem centro rodopiava feito barata tonta
Entontando e entortando quem aparecia
Remendando pontos que partiam e quebravam
Mas que duravam pouco tempo.
Até que esse falso eu partiu-se de vez, cansado de fingir-se quem não era.
Aceitou suas desilusões, removeu suas máscaras e armas
Desnudou-se removendo sua antiga pele.
Doeu muito, se lançar para a morte de um eu encarnado que protagonizou por tantos anos.
Enterrar essas crenças, conceitos e imagens que foram vitais no passado
Mas que agora tornaram-se um peso e bagagem extra desnecessários.
Desapegar-se, desplugar-se, desanuviar-se, desmembrar-se.
Des-temores que desbravei…
Somente com esta leveza e sutileza pude ascender.
Subir altitudes de consciência e do meu ser para transcender.
O que sempre esteve presente, mas oculto, involucrado e bloqueado.
Busca fora que não encontrarás, pois não está ausente.
Sempre esteve presente!
Vasculhamos o Universo inteiro por uma eternidade, buscando!
Mas somente quando aquietamo-nos, permitimo-nos e finalmente contemplamo-nos.
Podemos ser a manifestação desse eu-divino em nós mesmos!